Suspeita de favorecimento leva MP-AM e TCE-AM a apertarem o cerco sobre David Almeida após viagem ao Caribe

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) estão avançando e colocam o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), no centro de um dos maiores escândalos políticos recentes do estado: a controversa viagem de luxo ao Caribe, que teria sido financiada por empresários com contratos milionários com a Prefeitura.

Conhecido como “Escândalo do Caribe”, o caso veio à tona após denúncias populares e uma representação formal feita por um vereador da oposição. Segundo o parlamentar, David Almeida teria viajado a bordo de um jatinho particular, se hospedado em resorts de luxo na ilha de St. Maarten e feito gastos incompatíveis com sua renda como prefeito. Os custos da viagem, conforme a denúncia, teriam sido arcados por empresários ligados a licitações da Prefeitura de Manaus.

AVANÇO

O MP-AM já instaurou uma Notícia de Fato e, nos próximos dias, deve avançar para etapas mais aprofundadas da investigação. Por sua vez, o TCE-AM requisitou uma série de documentos, incluindo notas de empenho, registros contábeis e dados de contratos celebrados por secretarias estratégicas, como Infraestrutura (Seminf), Saúde (Semsa) e Comunicação (Semcom), a fim de cruzar informações com o período da viagem.

Fontes próximas à investigação apontam que há sinais de que os custos da viagem possam ter sido pagos de forma dissimulada por empresários com vínculos diretos com a gestão municipal. As suspeitas levantadas envolvem crimes como corrupção passiva, peculato, improbidade administrativa, lavagem de dinheiro e até formação de organização criminosa.

CONSEQUÊNCIAS

Se confirmadas as suspeitas, David Almeida poderá responder pelos seguintes crimes:

  • Corrupção passiva (art. 317 do Código Penal)

  • Peculato (art. 312)

  • Improbidade administrativa (Lei 8.429/92)

  • Lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98)

  • Formação de organização criminosa (Lei 12.850/13)

As penalidades previstas incluem perda de mandato, bloqueio de bens, suspensão dos direitos políticos e pena de reclusão.

PRESSÃO

Até o momento, o prefeito não apresentou qualquer comprovação de que tenha custeado a viagem com recursos próprios. O silêncio do Executivo e a ausência de transparência têm gerado forte pressão da opinião pública por explicações. Movimentos civis começam a se mobilizar com protestos nas ruas, enquanto vereadores da oposição articulam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal.

DESDOBRAMENTOS

  • Convocação de empresários e assessores ligados ao prefeito

  • Requisição de comprovantes de passagens, hospedagens e extratos bancários

  • Cruzamento de dados entre contratos da Prefeitura e despesas pessoais

  • Possível atuação de órgãos federais como o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF)

O “Escândalo do Caribe” pode ser apenas o início da revelação de uma rede de favorecimento envolvendo empresários e recursos públicos. A sociedade cobra respostas, enquanto os investigadores seguem em busca de provas concretas.