
FORTALEZA – A amazonense Jéssica Silva, conhecida como “Guguta”, e Luan Henrique Bezerra de Souza, apelidado de “Bochecha”, foram mortos em um confronto com a polícia na quinta-feira (30), no bairro Moura Brasil, em Fortaleza. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), eles eram suspeitos de integrar um grupo responsável pela morte do policial penal José Wendesom Rodrigues de Lima, ocorrida na última terça-feira. Além de Jéssica e Luan, outro suspeito morreu no tiroteio.
Segundo a SSPDS-CE, Jéssica atuava como “olheira” para traficantes, enquanto Luan, identificado como integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV), era visto por membros da organização como um “soldado de respeito”, conhecido por cumprir missões ordenadas pela facção. Ele teria participado diretamente do crime que resultou na morte do policial penal, ao lado de outro homem que também foi morto no confronto. A polícia afirmou que os suspeitos reagiram à abordagem, resultando no tiroteio.
No entanto, familiares de Jéssica contestam a versão oficial e negam que ela tivesse qualquer envolvimento com atividades criminosas. Eles afirmam que a jovem não tinha ligação com o crime organizado e questionam as circunstâncias de sua morte.
O policial penal José Wendesom foi morto durante uma operação com uma viatura descaracterizada, em um episódio que ainda está sob investigação. A operação que resultou na morte de Jéssica, Luan e do outro suspeito faz parte de um esforço das autoridades cearenses para capturar todos os envolvidos no crime. Até o momento, quatro suspeitos já foram presos.
O caso gerou repercussão tanto no Ceará quanto no Amazonas, estado de origem de Jéssica, levantando debates sobre a atuação das forças de segurança e os desdobramentos da operação. Enquanto a polícia reforça que houve resistência por parte dos suspeitos, familiares e defensores de Jéssica exigem esclarecimentos sobre as circunstâncias de sua morte.
As investigações continuam para apurar todos os detalhes do confronto e do envolvimento dos suspeitos na morte do policial penal. O caso também reacendeu discussões sobre a violência e os métodos de abordagem em operações policiais, especialmente em comunidades onde o tráfico de drogas atua.
Até o fechamento desta reportagem, a SSPDS-CE não havia divulgado novas informações sobre o estado das investigações ou sobre possíveis evidências que corroborassem a versão da família de Jéssica.