STF autoriza operação contra Bolsonaro e impõe uso de tornozeleira eletrônica

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), mandados de busca e apreensão contra o Ex-Presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, no âmbito de uma investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além das buscas, medidas cautelares diversas da prisão foram impostas ao ex-chefe do Executivo.

Bolsonaro foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar redes sociais e não poderá manter contato com diplomatas, embaixadores, outros investigados ou réus no mesmo processo. Também deverá cumprir recolhimento domiciliar no período entre 19h e 7h.

Os mandados foram executados na residência do ex-presidente e em locais vinculados ao Partido Liberal (PL), sigla à qual ele é filiado.

A operação ocorre no contexto da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022, após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Bolsonaro na segunda-feira (14), sustentando que ele “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” naquele período.

O ex-presidente pode ser condenado por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência, ameaça grave contra o patrimônio público e deterioração de bem tombado. A pena somada pode ultrapassar 40 anos de prisão.

Bolsonaro já havia sido condenado em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, estando inelegível até 2030. Em entrevistas recentes, ele afirma que os processos visam retirá-lo da disputa política por conta de seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.