
Manaus, 14 de janeiro de 2025 – O Rio Negro, maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas, é uma das joias naturais do Brasil. Com seus impressionantes 2.250 km de extensão, o sétimo maior rio do planeta guarda não apenas uma riqueza hídrica e biodiversidade ímpar, mas também um subsolo repleto de minerais preciosos. Contudo, as populações locais enfrentam condições de vida precárias, em um contraste alarmante que une a abundância natural à desigualdade social.
A RIQUEZA NATURAL DO RIO NEGRO
De acordo com o ex-governador José Melo, o rio Negro é uma região marcada pela diversidade cultural e natural. Além de abrigar 23 povos indígenas, que falam línguas como Tukano Oriental, Yanomami e Nheengatu, a área é rica em minerais de alto valor econômico. O nióbio, por exemplo, é um dos principais destaques: o Brasil detém 98% das reservas mundiais do mineral, sendo que o Amazonas concentra a maior parte dessas reservas – predominantemente no subsolo do rio Negro.
Outros recursos incluem ouro, cassiterita e gemas preciosas como esmeraldas, turmalinas e diamantes, além de uma vasta variedade de granitos. Segundo José Melo, o valor estimado dessas riquezas chega a trilhões de dólares, o que poderia transformar a economia local e nacional.
DESAFIOS DA EXPLORAÇÃO E PRESERVAÇÃO
Apesar da abundância, as comunidades indígenas da região continuam a enfrentar a falta de infraestrutura, educação, saúde e oportunidades de emprego. A crítica do ex-governador se volta às políticas públicas que, segundo ele, têm priorizado a preservação extrema defendida por organizações não-governamentais (ONGs). “Essas entidades, muitas vezes a serviço de interesses estrangeiros, optam por manter a região inexplorada, privando o Brasil e seus cidadãos de benefícios econômicos significativos”, afirmou.
Além disso, Melo denuncia o contrabando de minerais preciosos que saem ilegalmente do país, deixando a população local sem os recursos que poderiam ser usados para o desenvolvimento sustentável.
UMA QUESTÃO DE SOBERANIA
O debate sobre o aproveitamento das riquezas do rio Negro envolve questões de soberania nacional, preservação ambiental e justiça social. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre a exploração sustentável dos recursos e a proteção das comunidades e do ecossistema local.
Para José Melo, é hora de o Brasil “acordar” e tomar medidas para garantir que as riquezas do rio Negro beneficiem o país e sua população, em vez de serem escoadas para o exterior sem contrapartidas.