Justiça obriga presidente do Sindespecial a prestar contas de quase R$ 6 milhões após anos de polêmicas

A Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11) determinou, por unanimidade, que William Enock, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Especial, Turismo, Fretamento, Escolar e Locadoras de Veículos no Estado do Amazonas (Sindespecial), preste contas de R$ 5,616 milhões arrecadados para o auxílio-saúde da categoria entre 2016 e 2024.

A decisão representa um marco na gestão de Enock, que até então não havia sido obrigado a explicar a destinação dos recursos do sindicato. Além da Justiça, ele também terá de prestar esclarecimentos à própria categoria sobre o uso do montante acumulado ao longo de quase uma década.

A ação foi impulsionada por denúncias do líder sindical Josildo Oliveira, que há anos questiona a condução de Enock à frente do Sindespecial. Entre os principais pontos levantados está a falta de transparência na administração da verba arrecadada com a mensalidade sindical, que gira em torno de R$ 6 milhões.

A gestão de William Enock tem sido alvo de controvérsias e suspeitas. Em 2024, o sindicato foi associado à campanha eleitoral de Gabriel Enock (PSDB) para vereador, em uma tentativa frustrada de ampliar sua influência no Legislativo municipal.

A nova decisão judicial pode abrir caminho para um maior escrutínio sobre a administração do Sindespecial e o destino dos recursos da entidade, reacendendo debates sobre governança e transparência no movimento sindical.